quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ata-me as Vontades

O Suor escorria pela face, evaporando rapidamente por causa do calor extremo do corpo. No local, um clima carregado por fumaça e decibéis elevados, rodeados pela respiração ofegante de diversos corpos espalhados. No centro do assunto, um olhar fixo de uma pessoa em outro. Uma linha invisível ligando dois seres, sem saberem ainda ao certo como. Uma bebida, uma conversa breve. Algumas vontades. Um beijo sem aviso. Dois sorrisos. No chão, passos ritmados com a pressão do ar. Na parede, costas encostadas e pressionadas com força e vontade. Desejo de união. Na cabeça, palavras sem nexo e sentido, provavelmente vindas de algum lugar remoto, onde as palavras não necessitam de sentido, só de formato. Na boca, gosto de lascívia. No pescoço, mãos percorrendo o caminho da gravidade. E embora o dia viesse clarear os cantos de penumbras e também as mentes turvas, existia uma cumplicidade desmedida, que fazia os pés caminharem lado à lado, sem cessar, quem sabe para onde acabariam por parar?

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