quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Feitos de Traquinagem, Loucuras e Indagações

Lá no alto uma criança vê uma estrela cadente, mas ao contrário do que normalmente acontece, ela passeia pelo céu para cima e para baixo. Não tinha aprendido isso nas aulas de ciência.
Correu para a sua mãe e contou o fato miraculoso. Para uma criança tudo que é novo se transforma em milagre. Como de costume sua mãe não encorajou suas traquinagens e o mandou brincar com seu cão.
A criança, ainda confusa pela resposta negativa da mãe ante a uma descoberta tão importante, correu para o quintal novamente para observar o fenômeno e aproveitar cada segundo.

Lá do alto um menino voa pelas nuvens atravessando-as como se fossem grandes montes de neve. Se atirava lá do alto em uma queda livre para sentir aquele gostoso frio na barriga de quando se está caindo.
Não via porém os olhos que o observavam. Não os da criança maravilhada que já perdera o interesse pela sua bolinha cintilante, mas os de uma menina que o via em seus pensamentos.
De uma nuvem tomou emprestado seu corpo e de pequenas borboletas construiu sua cabeça. Seus cabelos eram feitos de raios solares colhidos a dedo e assim tomou forma um ser eterno. Uma pequena menina. Uns poderiam dizer que era um delírio, mas um dia também fora deleite.

Parou. Sentiu uma presença inesperada atrás de si e como todo bom garoto se escondeu em uma das nuvens para pregar-lhe uma peça. Mal sabia ele que ela é quem o pegaria. Quando pensou que ela passaria, pulou, pulou no vazio.
Quando tentou raciocinar o que tinha acontecido com seu perseguidor, um pequeno vulto pulou em seu colo assustando-o como nunca acontecera antes.

Após passado o susto, o Menino, que morava em uma Terra onde ninguém envelhecia indagou quem seria a pequena garota e ela respondeu que era Delírio, estendendo para ele um dos pés como forma de comprimento. Para não parecer estranho ele também estendeu um dos pés e se apresentou como Peter, Peter da Terra do Nunca.

Em poucos momentos já estavam os dois voando de nuvem em nuvem e se divertindo. Os dois sabiam que seria o começo de algo diferente, porém muito divertido.
Decidiram que voariam pelo espaço, visitando algumas estrelas e se prepararam para tal. Delírio preparou seus Vasos Vazios para presentear os Moradores das Estrelas e Peter se despediu de uma amiga para começar a viagem.
Decidiram partir ao meio dia, quando o sol é mais forte e proporciona maior calor na subida. Assim, quando chegassem ao espaço, poderiam sentir aquela sensação de calor e frio ao mesmo tempo. Voaram por muito tempo, contando as estrelas onde passavam. Não que a conta era feita pelos dois do mesmo modo, já que Delírio insistia em contá-las do Infinito pra zero de forma decrescente. Peter não entendia, mas também não se importava.

Chegaram em um pequeno Planeta onde se via uma pequena Rosa encubada e também dois pequenos vulcões. Pousaram no planeta e de dentro de uma casinha viram sair um menino. Um menino loiro.
Os Três se entreolharam e sem dizer uma só palavra começaram a conversar. Só eles se entendiam.

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