quinta-feira, 3 de setembro de 2009

De Interrogações e Labradores

E foi um labrador que despertou seu olhar. Cachorro bonito, de quem será? Qual o motivo das pessoas sempre pensarem que são donos de animais? E, correndo pelo parque, apareceu uma menina. De um domingo de manhã era tudo que ele esperava. E era essa menina que ele esperava. Pedaço de felicidade que ele não sabia descrever, como se um ponto de interrogação subitamente começasse a achar-se dono de labradores e saltitasse entre folhas caídas só para ouvir o barulhinho quebradiço que elas fazem quando são pisadas. Com olhar indagador, que só um ponto de interrogação pode fazer, a menina descobriu seu admirador e logo deu um jeito de puxar papo com ele. Imitando as amigas de suas mãe, começou falando que o tempo estava muito ameno, seja lá o que fosse ameno. Achando graça disso, ele a respeitou como ela gostaria e logo estava perguntando se ela vinha sempre ao parque com seu cachorro. Prontamente a menina, em tom forte, disse-lhe que este não era seu cachorro, mas que o cachorro é que era seu dono. Minutos passados e os dois já brincavam juntos como bons amigos. Ela correndo de um lado a outro e ele tentando acompanhar, mesmo sabendo que a idade já não permitia que seu espírito serelepe tomasse conta de seu corpo. Brincaram durante todo o dia e durante toda a tarde, quando sua mãe veio buscar-lhe. Ela perguntou-lhe o motivo de estar suando desse jeito e ofegante. Ele nada disse, e junto de sua mãe, foi embora, deixando sozinhos o grande labrador e sua pequena menina de rua.

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